terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CARTA A ERNESTO

CARTA A ERNESTO

Meu caro Ernesto Rafael Guevara de la Serna, mais conhecido como Che é a primeira vez que “te escrevo” mas há muito tempo penso em voce e na forma incorruptivel com que levou a vida.
Para muitos, voce foi um assassino em massa, alguem que dizimou vidas em prol de uma revolução sem sentido. Para tantos outros voce foi símbolo de importância mundial, e representa a luta contra a injustiça social. Tua rebeldia e espírito incorruptível se tornou marco para muitas lutas justas e quase até um divisor de aguas.
Para mim voce não foi nem uma coisa nem outra, para mim voce foi um exemplo claro de alguem que se doou totalmente à causa do bem e dos menos favorecidos.
Sabe Che, muitas vezes olhei para essa tua foto que tiveram a frieza de tirar assim que voce morreu, mais para mostrar que voce perdeu, do que para demonstrar o homem valente que foi.
Fez bem em partir daqui meu amigo, aqui as coisas andam de mal a pior porque não existem Ches dando sopa, não existem mais homens leais às suas causas. E se causas existem são para vilipendiar o bem alheio, para desfraldar bandeiras de maus atos e maus propósitos.
Vejo exemplos como o teu e de outros tantos que foram notórios e me pergunto: onde andam aqueles que se movem pelo bem comum? Onde estão as pessoas que são capazes de morrer pela causa humanitária? Onde estão os que tem causas a defender além de contabilizar bens materiais, títulos e ilusões?
Olha Che, o mundo aqui embaixo ta frio. E anda frio porque as pessoas se tornaram mornas. Não ha lealdade, companheirismo, solicitude, honra. Tudo isso virou passado e os poucos que agem dessa forma são taxados de loucos, babacas e outros nomes.
Olhando essa tua foto e vendo a serenidade que ficou marcada em teu rosto senti saudades do tempo em que o ser humano era movido pelas causas nobres. Imagino como voce pôde ter essa fisionomia serena num momento de luta e de morte. Talvez seja porque teu espirito era de paz e tua luta era pela paz.
Hoje se luta pela luta, não pela causa. Hoje se combate pelo prazer do combate e ainda dizem que lutam pela paz.
Bem meu amigo, senti vontade de falar com voce. Fiz algo como o sentido inverso da psicografia. Um encarnado enviando mensagem pra um desencarnado. Tenho essas maluquices, não repare.
Sou tão maluca que quanto mais analiso o mundo em que vivo, o mundo que fica para meus filhos e netos me vejo disposta muitas vezes a esse ato tresloucado de morrer pela minha causa que nem é tão nobre quanto a tua já que não sei lutar; minha causa é apenas o anseio imenso de querer que esse mundo mude um pouco e que hajam novos Ches e outros revolucionários capazes de se doarem pelo bem da humanidade. Mande meu abraço para tantos outros que estiveram neste planeta e como voce lutaram e morreram desejosos de que o bem fosse o lema do homem.
Deixo um abraço meu querido Ernesto, to por aqui querendo fazer uma revolução a nivel espiritual sem nem saber direito qual é a minha missão. Mas to indo. Que Jesus nos ajude a entender o mundo.
Ah, mais uma coisa: obrigada pelo exemplo que poucos entenderam, mas que ajudou a muitos.
Valeu Che- da face serena diante da dor e da morte.
Cira Munhoz- sou de JESUS ( por Ele eu morreria com toda a certeza)

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