domingo, 29 de janeiro de 2012

DIA E NOITE- POR QUEM SORRI MINHA ALMA


A noite tua voz tange meus sonhos

Rememorando risos, afagos.

Ao dia, tua voz rima alegria

E me traz sorrisos. Alma que sorri.

E o coração crepita como

Lenha virgem em fogo ardente.

Como pude assim viver

Sem te conhecer e descontente?

A noite tua imagem

Qual doce lira tange meus sonhos.

E me embriago de amor

Nos semitons de tua voz.

E quando pronuncias meu nome

Com a sonoridade da agua corrente,

Acordo por uns minutos,

Só pra sentir o quanto minha alma

Ao teu lado  está contente.

Cira Munhoz
Direitos reservados

29-01-12

sábado, 7 de janeiro de 2012

ENTRE A CRUZ E A ESPADA?... ABRAÇO A CRUZ!

ENTRE A CRUZ E A ESPADA?...ABRAÇO A CRUZ


Em nome da lucidez mataram o amor. Em nome da ideologia arcaica abandonaram a Cruz e levantaram a espada!
Se somos anjos, deuses, porque trazer entre as asas a lancinante argumentação do fio da espada? Por que usamos escudos?
Como nos atrevemos a ficarmos chocados diante de homens bombas que enterram-se junto a suas convicções, quando na calada alma executamos nosso irmão por uma simples...convicção?
onde está o crescimento a que nos predispomos? Até quando iremos LUTAR pela PAZ? Pior que mãos armadas são corações cheios de munição.
Quem são os lúcidos nesta Terra? Os abastecidos de conhecimentos ou os aprendizes?
Quero uma vida de Luz, aos pés da Cruz, o lava pés, o olhar perdido na imensidão do céu e a alma com rumo certo.
O que é paz afinal? Será o silêncio dos lábios enquanto o coração sangra? O que é a conciliação, a con-fraternização, a cristianização, se os lábios se selam, os corações se lacram em nome da lucidez e evolução?
Que conceitos tenho eu afinal que não se coadunam com a atualidade já que acredito na paz, acredito no irmão que retorna, acredito no meu voltar atrás, para me permitir ser perdoada pela espada que levantei, pela lucidez que não usei, pelo amor que não amei?
Nunca tive uma espada; no máximo um arco e flecha tupiniquim, mal feito e mal acabado e não aprendi a usa-lo. Prefiro mãos que plantam a mãos que batem. Prefiro bocas que silenciam a cornetas que esbravejam.
Mas quem sou eu afinal? Nada. Apenas um objeto transpassado pela espada. Um objeto vão e inútil, sem validade. Que importa isso... sou pó. E se lágrimas tenho são balsamo que farão de mim o barro: moldável, palpável e possível.
O amor, ferido de morte ainda olha para mim e seus olhos são tão ternos e seus lábios ainda dizem as ultimas palavras num sussurrar:
não pense que morri, sou imortal!
Uso roupagens várias mas em qualquer situação serei sempre o velho e antigo amor, aquele que o Cristo trouxe. Não morra nas ondas da lucidez, não permita que a espada perfure teu cORAÇÃO.
O amor, ferido de morte me olha e sorri. Aos poucos a lucidez se afasta; desisto da lucidez cruel e analítica. Em seu lugar a temperança. E a esperança de que jamais esquecerei a Cruz. Me levanto e a empunho
( a Cruz) ainda que não mereça sequer tocá-la. Tomo-a como minha e sigo em paz.
Esta, observa meu peito transpassado e atando minhas mãos ao amor me diz: aproveite enquanto está de joelho e eleve os olhos. Lá na imensidão a Cruz vence a espada porque só há lucidez no Filho. Ele é o teu caminho.
Cira Won Munhoz- direitos reservados

SILENCIO

SILENCIO

Minha alma se recolhe em silencio.
Um silencio espectante que paradoxalmente grita.
E seu eco reverbera como se somente eu pudesse ouvir.
Um silencio que busca a eterna busca de um reencontrar impossível.
O que buscará meu silencio? O que ansiará minha alma silente e rota?
Será o portal que liberta das ilusões terrenas? Ou a quimera da paz possível?
Será ela o medo de sair daqui sem ter feito o possível que deveria ter feito e não fiz?
Oh alma! tolhida e amarrada por um corpo que não te obedece, ao contrário te enfraquece...
O que vim pra fazer e ainda não fiz? Reconheço que nada fiz! Uma missão inteira por cumprir.
Terá tempo, oh alma que clama por feitos possíveis? Terá tempo oh mente que volita entre humanejar e espiritualizar? Não sei. Só sei que o silencio que cai sobre minha alma como um véu, faz alarde como as cortinas de um grande teatro que abrem ainda uma vez antes que o artista - tempo possa escrever: Fim.
Minha alma se recolhe em silencio. Meu coração emudece para ouvi-la.
E o eco desse silencio somente me diz: trabalha, cumpre, segue, atua, antes que o silencio sele teus lábios e teus olhos se fechem para esse mundo.
Cira WonMunhoz-  espectante, silente e rota.

MEU PEQUENO PRINCIPE

MEU PEQUENO PRINCIPE

O festival estava próximo e se fazia necessária a fantasia porque gente teen vai a caráter.
Como são personagens de Anime(personagens de desenho animado japones) não é tão fácil assim a fantasia. Escolhido o personagem, meu filho precisava de um escudo enorme feito de isopor. A pergunta veio com a tranqüilidade e mansidão costumeiras:
- desenha um escudo pra mim?
Não sei se o tom de voz ou o eco de minhas próprias recordações -da fase inocente, onde a brincadeira vem em primeiro lugar - mas no momento me lembrei do Pequeno Príncipe, ( o de Exupéry) na passagem onde ele pede ao aviador:
-desenha um carneiro pra mim?
Num retrocesso automático me vi também quando eu era uma princesa, ou fada, ou qualquer coisa que minha mente infantil arquitetava e o quanto aqueles momentos eram mágicos.
Fizemos o escudo em bom e grosso isopor, pintamos e vi meu pequeno príncipe devidamente paramentado para o festival de Anime.
Todos, temos em casa nossos pequenos príncipes e princesas, e fazemos parte das histórias que eles criam, de seus castelos, e participar delas sejam em trabalhos escolares ou por absoluto lazer é só uma questão de acionar a mágica que existe dormitando em cada um de nós.
E.T: O escudo não ficou muito bom, mas as lembranças que tive durante a confecção do mesmo, são ótimas.
Cira  Won Munhoz
O lago dos cisnes.

Quando a dança se fazia intensa
pelo melódico e amoroso som
Orquestrado por coração e asas...
o branco cisne, aturdido vê por momentos,
refletido no espelho d’agua
Sua outra face, sua alma: negra!


Num enleio entre a dança e a constatação
Da outrora alvura em negregosas penas...apenas!
E de volitar dançante se põe em estertor.
Oh! ninfas florais que compartilham o lago
Donde o cisne tão alvo, magistral?
E louco, arredio, anímico,
Forças e esperanças perdidas...


Se entrega, ao turbilhão negro que o destrói.
Haverá uma sinfonia,
No céu dos cisnes
Onde a alvura permanece

Pois é na noite da alma
Que o amor impossivel
Devolve a dança aos cisnes( brancos e negros).
E o humano renasce,
para dançar nas alvas dimensões.
Cira Won Munhoz- direitos reservados

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

olhares

Olhares

Tens um olhar vago, as vezes brumas, outras claridade.
E quando me prescrutam teus olhos uma chama se acende.
AAAAh o vinho do teu amor, sorvido gole a gole na taça dos teus olhares...
Sei que embriagar-me é meu fado, minha sina, meu real devaneio.
Alquimia das alquimias, raiz da raiz, sonho dos sonhos...
beberei desse amor até a mais sôfrega e ultima gota
pois só estou lúcida quando embriagada de amor

Cira.W.Munhoz

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Bem me quer, mal me quer- um olhar sobre a rosa.

Bem me quer, mal me quer- um olhar sobre a rosa.

Lírica, lívida, quase etérea, a rosa em minhas mãos.
Como quem brinca de mal me quer, eu tocava uma a uma
As pétalas que jaziam incólumes entre meus dedos.
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer.
Notei que a rosa sorria( sim porque flores sorriem
Quando os humanos sabem sentir as flores)
Bem me quer, mal me quer
Não posso despetalá-la, é a minha rosa.
Me senti quase o pequeno príncipe
Amando a rosa em minhas mãos.
Talvez todo humano tenha dentro de si
Um príncipe bem pequeno a dormir.
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer...
A rosa (como a vida) sorri de mim,
De minhas conjecturas...
Afinal, a rosa e a vida bem me querem
Até mesmo, quando estão a mal querer-me.
Cira Munhoz – contando as pétalas pelo caminho